domingo, 13 de junho de 2010

Momentos de Reflexão filosófica ocidental, acerca da religião...

  • Na Idade Antiga, Aristóteles usou o termo teologia (equivalente à metafísica) para se referir à mais importante das três ciências teoréticas, sendo a física e a matemática as outras duas.

  • Na Idade Média, a filosofia surge associada à teologia, e à visão teocêntrica do mundo e da vida. A razão submete-se à fé e à autoridade divina. É deus que confere ordem e sentido ao universo. A Filosofia era serva da teologia, a razão actuava em sintonia com a fé e o filosofo procurava sistematizar de um modo racional as verdades divinas.

  • S. Tomás Aquino destacou-se na história, quando adaptou o aristotelismo às exigências dogmáticas, no âmbito da Escolástica (encontro da filosofia de Aristóteles com a teologia cristã).

  • Na época Renascentista, o teocêntrico medieval cede lugar a um antropocentrismo naturalista. O homem passou a ser visto como senhor do seu destino. Esta mudança de centralização conduziu a uma afirmação da autonomia e do poder da Razão humana.

  • Na Idade Moderna, filósofos como Descartes e Espinosa, procuraram demonstrar a existência de Deus seguindo uma via estritamente racional. Contrapondo estes filósofos veio Blaise Pascal, afirmar que Deus não se alcança através da razão, antes é sentido pelo coração.

  • No sec. XVIII, Kant admite a existência de Deus através da razão prática, da moral, e não como objecto do ser conhecido pela razão teórica.

  • Segundo Hegel, a religião é uma forma de o Espírito Absoluto se manifestar. Para ele o verdadeiro objectivo da religião era que a consciência humana se unifique com Deus.

  • Após Hegel e Kant, surgiram outros filósofos que reabilitaram o valor da fé como relação pessoal do Homem com Deus, ao passo que outros desenvolveram um pensamento ateu, constituindo fortes criticas á religião.

  • Segundo Feuerbach a religião traduz a consciência que o ser humano possui da sua essência, que é infinita. Deus não passa de uma projecção do Homem, sendo assim a teologia reduzida à antropologia.

  • Augusto Comte, defendia a existência de três estados, o teológico, o metafísico e o positivo. Via no primeiro dos estados aquele em que o ser humano procura explicar os fenómenos mediante a intervenção de seres sobrenaturais. Esta frase primordial da humanidade evolui para o estado positivo, onde o estudo cientifico substitui as hipóteses metafísicas encontradas para explicar determinados fenómenos.

  • Niestzsche, declarou que "Deus morreu". Para Nietzsche, os homens deixaram de acreditar em Deus ainda que muitos vivam como se acreditasse nele. A humanidade deixou de valorizar Deus.

  • Freud, afirmou que todas as doutrinas religiosas são ilusões, chegando mesmo a comparar algumas às ideias delirantes.

  • Jean- Paul Sartre, sendo ateu, disse que Deus não existe e que cada individuo está condenado à liberdade, ou seja, cada individuo é responsável, não só por si mesmo, mas como por toda humanidade. Em suma, Sartre afirma que o homem deseja ser Deus, todavia Deus é um falhado, isto é, Deus não passa de uma paixão inútil do Homem.


Ao longo da história os filósofos, reflectiram sobre a religião, expondo os seus pontos de vista, e é a partir dai que nos podemos tirar conclusões acerca da aceitação ou da recusa da dimensão religiosa na vida dos homens. "Negando ou afirmando o valor da religião, o que o filosofo defende é a autonomia e o discernimento na escolha da opção religiosa, combatendo assim a exploração ideológica".

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